quinta-feira, 13 de junho de 2013

Secretário de Ubiratã é condenado a prisão

O secretário de Administração de Ubiratã, Neri Wanderlind, e o filho dele, Vitor Mayer Wanderlind, foram condenados por fraudes cometidas em quatro licitações, realizadas entre 2007 e 2008, quando Neri já ocupava o cargo. Eles foram condenados a dois anos de prisão, porém, por serem réus primários e por se tratar de crime sem violência, as penas foram revertidas para multa e prestação de serviços comunitários.

As licitações, abertas para a compra de material de informática para a Prefeitura de Ubiratã, tiveram como vencedora a empresa que tem como proprietários o filho do secretário, à época com 20 anos, e a filha, então com 16 anos. Segundo a sentença proferida pela juíza Mayra dos Santos Zavattaro, publicada há 15 dias, "o prévio acerto entre os réus também é claro, pois diante da alteração contratual, com repasse das quotas em nome de Neri para a sua filha, na mesma época em que a empresa passou a participar de licitações, transparece o desígnio fraudulento".

Para a magistrada, na condição de secretário de Administração, Neri teve condições de interferir nos encaminhamentos feitos pela Comissão de Licitação da prefeitura, conforme depoimento de uma servidora, "que confirmou a subordinação do setor de licitações ao secretário de Administração". "O prejuízo do caráter competitivo do certame é evidente", escreveu. Neri foi acusado pelo Ministério Público (MP) de ser o efetivo administrador da empresa.

O advogado do secretário, Roosevelt Arraes, informou que já apresentou recurso ao Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná contra a condenação. Segundo ele, "não houve prejuízos ao município, porque os preços praticados foram os de mercado e todos os produtos que a prefeitura pagou foram entregues corretamente". Arraes também negou que as licitações tenham sido feitas mediante acordo com os fornecedores. "Para fraudar tem que combinar com alguém e isso não ocorreu. Proprietários de outras empresas que concorreram na licitação confirmaram não ter visto qualquer problema no procedimento."

A condenação criminal não impede a permanência de Neri no cargo. Segundo informações do MP, o secretário também responde a uma ação civil pública por improbidade administrativa na Justiça local pelos mesmos fatos. (Fonte: Folha de Londrina)
Edson Ferreira
Reportagem Local

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